Apesar de ocuparem menos espaço nas vias e serem “apenas” 27% da frota nacional, os motociclistas são as principais vítimas no trânsito – 35% do total segundo dados do Observatório Nacional de Segurança Viária. E esse cenário tende a se agravar. A quantidade de motos nas ruas deve crescer nos próximos anos, considerando o prolongamento da crise econômica e a necessidade de distanciamento social provocada pela Covid-19. Pensar em campanhas de educação no trânsito, infraestrutura e tecnologia, portanto, é vital para diminuir essa letalidade.
De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), cresceu 17,5% o número de pessoas habilitadas na categoria A nos últimos cinco anos – passando de 24,3 milhões para 33,9 milhões em 2020.
E a frota nas ruas também vem crescendo. A produção deste ano foi o melhor resultado para o período desde 2015
Produção de Motocicletas Janeiro a Agosto
2021 – 787.610 unidades
2020 – 588.495 unidades
Alta de 34%Fonte: Abraciclo
Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, credita o bom momento do setor às vendas de modelos de entrada e baixa cilindradas, mais utilizados como instrumento de trabalho e transporte de baixo custo.
Modal motorizado individual mais barato para a compra e para a manutenção, as motocicletas se tornaram ainda mais atrativas com a alta no preço dos combustíveis. Os modelos mais populares chegam a fazer, em média, 40 km por litro de combustível.
Mas os números também mostram a necessidade de cuidados, de todos que estão no trânsito.
Em 2019, 31.945 pessoas morreram no trânsito brasileiro – 11.214 eram motociclistas. Considerando o total de mortes de motociclistas de 2001 a 2019, houve um aumento de 244,7%. Os dados são do DataSUS, ferramenta do Ministério da Saúde, e foram compilados pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV).
Números mais atuais da Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego) também causam espanto. Entre janeiro e julho de 2021, 71.344 motociclistas foram internados pelo SUS em decorrência de acidentes de trânsito – alta de 12% em relação ao mesmo período de 2020.
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Historicamente, os motociclistas veem sendo a principal vítima do trânsito. Mas uma análise mais detalhada dos dados mostra que a segurança viária vem aumentando mais para os demais públicos do que para eles. Enquanto a queda nas mortes geral foi de 28,7% entre 2012 e 2019, para os motociclistas essa redução foi de 10,4% no período – com estabilidade de 2014 para cá.
O investimento em segurança viária, além de salvar vidas, reduz o custo do país. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Brasil gasta, por ano, mais de R$ 55 bilhões com acidentes de trânsito nas rodovias federais, estaduais, municipais e vias urbanas.