
Crédito: Pedro Ribas – Prefeitura de Curitiba / SMCS
Curitiba realizará testes com veículos 100% elétricos na operação do transporte coletivo entre os meses de setembro e novembro. Os veículos farão parte da operação padrão da cidade, que conta com sistema de bilhetagem da DATAPROM, e foram cedidos pela empresa Eletra, fabricante com sede em São Bernardo do Campo (SP), e pela chinesa Higer.
O modelo da montadora Higer foi testado ao longo de uma semana, durante o mês de setembro. Ele circulou, com cobrança de tarifa, em cinco linhas do transporte coletivo.
Já o primeiro teste com o veículo da Eletra será realizado com um veículo de 15 metros, na região do Tatuquara. Em novembro, também entrará em operação o articulado de 21,5 metros fornecido pela Eletra para as linhas Inter 2 e no Interbairros 2, em novembro. Cada ônibus será testado por um período de 60 dias.
Em entrevista ao site da Urbs, o presidente da empresa, Ogeny Maia Neto, informou que os testes fazem parte do Edital de Chamamento Público 001/2022 para Acordo de Cooperação Técnica Visando a Demonstração Operacional de Ônibus Elétricos no Município de Curitiba.
As demonstrações e os dados irão fornecer subsídios técnicos para a prefeitura no processo de futuras contratações e licitações. Alinhada ao Plano de Ação Climática (PlanClima), a ideia do município é ter 100% da frota do transporte coletivo com emissão zero até 2050.
Montagem 100% Nacional
Os modelos E-bus da Eletra tem bateria com autonomia de 250 quilômetros. Eles contam com carroceria da Caio e chassis da Volvo e Mercedes-Benz, ambos montados no Brasil. As baterias são produzidas com tecnologia inteiramente nacional pela WEG.
A Higer também planeja produzir seu veículo exclusivamente em solo brasileiro. A montadora chinesa tem planos de investimento na ordem de US$ 50 milhões para instalar uma fábrica na região de Pecém, em Fortaleza (CE).
Os testes com os veículos elétricos em Curitiba fazem parte do Programa de Mobilidade Sustentável da cidade, que deve começar com projetos de evolução do transporte curitibano do Inter 2 e do corredor Leste-Oeste.
Mudanças em Curso
De acordo com dados do Balanço Nacional Energético, o setor de transportes no país é responsável por cerca da metade das milhões de toneladas de CO2 emitidas anualmente na atmosfera.
Segundo o monitor E-bus Radar, elaborado pelo Labmob, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Brasil tem apenas a 4ª frota elétrica de ônibus da América Latina, com 371 veículos. O líder é a Colômbia, com 1.589 veículos. O Chile vem em segundo com 849. Já a China lidera o ranking mundial, com quase 200 mil unidades em circulação. No total, são cerca de 500 mil ônibus elétricos em operação ao redor do mundo.
Cidades brasileiras já se preparam para licitar novas concessões prevendo a eletrificação da frota. Curitiba, onde 72% das emissões de CO2 estão relacionadas à mobilidade, fará uma nova concessão do transporte coletivo em 2025 e já anunciou que deve prever na licitação a exigência de eletrificação da frota. São Paulo segue no mesmo caminho.