O Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW) escolheu cinco cidades brasileiras para financiar projetos de mobilidade urbana sustentáveis. A iniciativa faz parte de um acordo de cooperação entre a instituição europeia, o BNDES e o Ministério do Desenvolvimento Regional. O aporte será de € 450 mil, contabilizando os cinco projetos.
Foram escolhidas iniciativas das cidades de Curitiba, Fortaleza, Recife, Salvador e Guarulhos. Os recursos para os estudos de pré-viabilidade desses projetos são do governo alemão (Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento – BMZ) e as contratações serão realizadas diretamente pelo KfW.
Dois critérios foram considerados na análise das propostas:
- Reduzir emissões de CO2 e demais poluentes, tais como materiais particulados de desgaste e combustão, NOx, CH4 e N2O;
- Promover a inclusão social.
Não foram elegíveis propostas que tivessem como foco o transporte individual motorizado, mesmo que envolvessem o uso de energia mais limpa. Projetos que contemplasse abertura de mais faixas de rolamento também foram descartados.
Projetos de Curitiba já têm fontes de empréstimos definidas
As obras dos dois projetos de Curitiba contemplados com o dinheiro alemão serão custeadas com recursos de empréstimos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o New Development Bank (NDB). As intervenções estão orçadas em US$ 227,1 milhões – sendo US$ 181,7 fruto dos financiamentos e o restante contrapartida municipal. A esse montante, segundo a prefeitura, ainda deverão ser somados “recursos para a aquisição da frota de veículos elétricos e a implantação de infraestrutura”.
O contrato para o Ligeirão Leste-Oeste, inclusive, já foi formalizado no último dia 28/12. As obras deverão ser realizadas ao longo de 5 anos, a partir da assinatura do acordo.
Na requalificação do BRT Ligeirão Leste-Oeste, entre Pinhais e a estação CIC Norte, está prevista uma operação inicial com eletromobilidade de 60 ônibus articulados elétricos, com 23 metros de comprimento e capacidade para 180 pessoas. Os investimentos envolvem a implantação da infraestrutura de ultrapassagem, 22,5 km de canaletas exclusivas e 7,5 km de vias complementares. As 34 estações e cinco terminais ao longo do eixo serão renovados.
Já para o projeto do Inter 2, estudos do Ippuc e Urbs apontam para a operação inicial de 54 ônibus elétricos articulados, com 18 metros de comprimento e capacidade para 150 passageiros. A capacidade total de carregamento deve passar de 155 mil/dia para 181 mil passageiros.
E o Meio Ambiente?
O investimento em projetos menos poluentes para o transporte coletivo é recomendado por especialistas em mobilidade urbana e sustentabilidade.
Estudo divulgado em 2020 pelo Observatório do Clima mostrou que a energia é a principal fonte de poluição em 793 municípios brasileiros. Curitiba, uma das cidades contempladas com o financiamento, emitiu mais de 2 milhões de toneladas de CO² no último ano analisado. São Paulo, onde é frota é quase o triplo da capital fluminense, essa fonte poluente emitiu mais de 12 milhões de toneladas de CO², o dobro do segundo município com maior emissão.