Cidades Inteligentes

5G e a mobilidade do futuro; saiba o que está em jogo

O 5G trouxe consigo promessas de forte impacto tecnológico em diversas áreas. E na mobilidade urbana não é diferente. Ouvimos especialistas com a missão de entender o que é mito e o que é verdade nessa área.

 

O 5G trouxe promessas de impacto significativo de novas tecnologias nas vidas das pessoas em diversas áreas. E na mobilidade urbana não é diferente. Carros autônomos e conectados à infraestrutura viária, maior comunicação entre veículos, imagens em alta definição sem travar e em tempo real e sistemas de pagamentos mais ágeis no transporte coletivo.

Mas será que é essa nova conexão é realmente o propulsor dessas tecnologias? E até que ponto dependemos dele para começarmos essa revolução na mobilidade? O Brasil marcou o leilão das frequências do 5G para o próximo dia 4 de novembro. O mercado e a Anatel têm a expectativa de que todas as capitais tenham a tecnologia até julho de 2022.

O Blog Integra! entrevistou especialistas da DATAPROM e do mercado de conectividade para entender a influência do 5G na mobilidade urbana. E trazemos as respostas a essas dúvidas em 5 itens que podem confirmar (ou mudar) suas expectativas.

1 – A existência de veículos autônomo depende do 5G?

Não necessariamente. Há diversos veículos semiautônomos vendidos comercialmente. Os totalmente autônomos estão em testes. Eles funcionam independentemente da existência de conectividade 5G, através de sensores e radares acoplados ao carro. Mas é claro que o 5G deve melhorar a transmissão de dados desses veículos.

2 – Porque as características da conexão do 5G podem impulsionar o carro autônomo?

A conectividade 5G tem por característica a baixa latência, que é o tempo de resposta na transmissão de dados. Na prática, isso significa que o tempo de reação do veículo ao enxergar algo será muito menor.  A latência no 5G é de menos de 1 milissegundos. No 4G pode chegar a 98 milissegundos. A velocidade de dados da nova tecnologia também pode ser até 20 vezes maior – 20Gbps contra 1Gbps.

Gustavo Correa Lima, gerente de Soluções de Comunicações sem Fio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), explica essa diferença.

“Não é que o 5G seja essencial no uso dos veículos autônomos, mas ele agrega mais segurança. No 4G, você precisa de até 500 metros para parar após a detecção do anteparo. No 5G, você pode baixar isso para 50 metros.”

3 – Os carros vão passar a se comunicar com a infraestrutura viária a partir do 5G?

Não. Isso já é possível desde o 3G! Existem tecnologias largamente comercializadas que modificam ciclos semafóricos de acordo com a demanda ou dão prioridade, por exemplo, ao transporte coletivo em cruzamentos semaforizados. Isso não depende do 5G.

Diretor técnico da DATAPROM, Carlos Brandt, explica a questão.

“O adaptativo [da DATAPROM] já faz isso no próprio cruzamento. Ele conta os veículos, envia a informação para o controlador semafórico instalado no cruzamento e ajusta o ciclo no local e sem a necessidade da informação ir para uma central.”

Entenda mais sobre os sistemas adaptativos de trânsito da DATAPROM

Para os ônibus, a conexão se dá por meio de uma tag no veículo. É ela quem faz a comunicação do carro com o semáforo, cruza com o tempo programado de operação e antecipa o sinal de verde em caso de atraso.

A DATAPROM usa a tecnologia para priorizar o transporte coletivo. Saiba mais.

4 – E como o 5G pode auxiliar essa comunicação

O setor de telecomunicações vê na nova conectividade uma possibilidade de ampliar o acesso de conectividade entre veículos e infraestrutura viária, as tecnologias V2X.  Isso é esperado porque a promessa é de conexão de até 1 milhão de aparelhos móveis por quilômetro quadrado no 5G. Ao passo que no 4G, isso é limitado a cerca de mil dispositivos. Essa relação é chamada de Massive Machine‐type Communications.

Mais importante: essa comunicação já ocorre, mesmo sem o 5G.

A Volkswagen, por exemplo, vem testando em Wolfsburg, na Alemanha, um sistema de semáforos que se comunica via rede sem fio com carros com a tecnologia V2X. E um dos objetivos é informar as fases dos semáforos no painel do veículo, calculando uma velocidade média e evitando acelerações ou frenagens desnecessárias. É exatamente isso que ocorre nos sistemas de prioridade seletiva dos ônibus. O 5G, porém, promete dar escala a essa tecnologia.

5 – A nova conexão trará impacto para os sistemas de pagamento?

Os sistemas de bilhetagem eletrônica do transporte coletivo podem ser diretamente impactados pela melhoria na conectividade. Hoje, em países como o Brasil, esses sistemas concentram as informações sobre os créditos, por exemplo, no próprio cartão do usuário. Com o 5G, esses dados poderão ficar todos na nuvem sem prejuízo do tempo de transação.

“A conexão 5G possibilitará tirar as regras de negócio que estão atualmente nas mídias físicas e levá-las para os servidores. Um sistema por aproximação, com informações em nuvem, vai levar menos de 1 segundo para transacionar. Isso vai trazer uma forma disruptiva de trabalho e gerenciamento desses sistemas”, explicou Carlos Brandt.

O que você achou deste conteúdo?

Clique nas estrelas

Média da classificação 5 / 5. Número de votos: 1

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.